Uma gota de água, algo
tão inválido para muitos. Mas o que muitas vezes não é entendido é que ela é
parte de um todo que não seria um todo se ela não existisse. Cada gota, sozinha, não
é reconhecida como algo que é imensamente gigantesco, porém não existiria o
gigantesco se não fossem elas: as gotas.
É difícil para o homem
aceitar que o mundo pôde ter sido constituído, em sua grandeza, a partir da
união de pequenos seres vivos e não vivos e que isso pôde ter levado muito
tempo. Tempo talvez que torna o período da existência humana minúsculo. E que o
período de nossa existência é uma pequena fração do todo que pode nem se quer
ser uma quantidade significativa do caminho que vem pela frente.
Os homens têm, muitas
vezes, a prepotência de pensar que somos os seres mais evoluídos da história,
mas será isso uma verdade? E o que tem o futuro a dizer? Não disse a nos dizer,
porque pode ser que não estejamos mais aqui, enquanto espécie, e que outra
espécie mais evoluída do que a nossa venha a surgir. Isso não diminui o nosso
valor e nem o valor das outras espécies passadas e presentes.
Temos que aprender a
enxergar o todo e a encarar a evolução, não somente no sentido estrito,
enquanto conhecimento científico, como algo maravilhoso e que somos
privilegiados por fazermos parte desta evolução.
Nossa grandeza, como
seres humanos, não está no fato de sermos diferentes ou superiores às outras
espécies, mas pelo fato de existirmos, de sermos parte de um imenso e infinito
espetáculo. Nossas características
peculiares, como o fato de sermos racionais, não nos torna melhores, mas sim
agraciados.
A falha da maioria das religiões está no fato de tornar o homem, enquanto um indivíduo, em algo
grandioso de mais, algo que faz com que o próprio ser humano não se compreenda
e crie para si a ilusão de que ele é um mistério superior aos das outras
espécies. A visão equilibrada de si ajuda o homem a não adoecer.
Somos parte de algo
maravilhoso, conduzido pela ordem de um ser maior: o ser supremo o Bem. Este
ser não podemos descrevê-lo.
Autor: Edson Carlos de
Sena - Primeiro Bemólogo
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