UMA GOTA DE ÁGUA...



Uma gota de água, algo tão inválido para muitos. Mas o que muitas vezes não é entendido é que ela é parte de um todo que não seria um todo se ela não existisse. Cada gota, sozinha, não é reconhecida como algo que é imensamente gigantesco, porém não existiria o gigantesco se não fossem elas: as gotas.

É difícil para o homem aceitar que o mundo pôde ter sido constituído, em sua grandeza, a partir da união de pequenos seres vivos e não vivos e que isso pôde ter levado muito tempo. Tempo talvez que torna o período da existência humana minúsculo. E que o período de nossa existência é uma pequena fração do todo que pode nem se quer ser uma quantidade significativa do caminho que vem pela frente.

Os homens têm, muitas vezes, a prepotência de pensar que somos os seres mais evoluídos da história, mas será isso uma verdade? E o que tem o futuro a dizer? Não disse a nos dizer, porque pode ser que não estejamos mais aqui, enquanto espécie, e que outra espécie mais evoluída do que a nossa venha a surgir. Isso não diminui o nosso valor e nem o valor das outras espécies passadas e presentes.

Temos que aprender a enxergar o todo e a encarar a evolução, não somente no sentido estrito, enquanto conhecimento científico, como algo maravilhoso e que somos privilegiados por fazermos parte desta evolução.

Nossa grandeza, como seres humanos, não está no fato de sermos diferentes ou superiores às outras espécies, mas pelo fato de existirmos, de sermos parte de um imenso e infinito espetáculo. Nossas características peculiares, como o fato de sermos racionais, não nos torna melhores, mas sim agraciados.

A falha da maioria das religiões está no fato de tornar o homem, enquanto um indivíduo, em algo grandioso de mais, algo que faz com que o próprio ser humano não se compreenda e crie para si a ilusão de que ele é um mistério superior aos das outras espécies. A visão equilibrada de si ajuda o homem a não adoecer.
Somos parte de algo maravilhoso, conduzido pela ordem de um ser maior: o ser supremo o Bem. Este ser não podemos descrevê-lo.


Autor: Edson Carlos de Sena - Primeiro Bemólogo

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